Elementais

"Era uma vez Oberón, o Rei dos Elfos, e Titânia, a Rainha das Fadas.
Os dois supremos do Mundo Encantado se odiavam profundamente...
Até o dia em que juraram, um ao outro, amor eterno."

27/04/2014

Elementais - 04


as cinco torres existentes no castelo, apenas quatro eram destinadas aos dormitórios dos alunos; Torre Norte, Torre Sul, Torre Leste e Torre Oeste. A Torre Central, como os alunos descobriram mais tarde, era utilizada para as aulas de astronomia.
Depois do almoço, todos os alunos foram explorar o seu novo lar.
Fiona encantou-se com a sala de música, Cookie contemplou as piscinas e teve de se segurar para não arrancar as roupas no mesmo instante e dar um mergulho. Ela amava nadar. Lílieth tomou um caminho parecido, porém entrou nos ginásios e admirou os artigos para ginástica olímpica.
Sibelle encontrou o que queria. Achou o pomar e sentiu-se em casa, sorriu como há muito não sorria e o vento soprou com força, fazendo-a sentir vontade de cantar. Então seus lábios se encolheram outra vez.
Conheceram também a vasta biblioteca, os jardins, as salas de aula e seus novos quartos.
 ― O quarto é lindo, querida. – disse a mãe de Fiona quando viu as cinco camas de dossel e cortinado dispostas ao redor do amplo espaço circular. Uma pequena cômoda de madeira escura à frente de cada cama acomodaria os pertences de cada aluno.
― Vou dividir o quarto com mais quatro meninas. – Ela olhou em volta radiante. – Parece que eu cheguei primeiro. Será que posso escolher alguma cama?
― Vá em frente, querida. – sua mãe incentivou balançando suavemente as mãos.
― Todas as camas estão perto de alguma janela... Acho que vou ficar com esta. – disse, colocando sua mala de mão sobre a cama de frente para a porta. – assim eu posso conversar com todas as outras.
― E quando vai estudar? – Ela pôs as mãos na cintura.
― Quando for à biblioteca. – Sua mãe sorriu com a resposta. – Não se preocupe. Eu estarei bem. Vou telefonar, escrever e prometo que nada vai atrapalhar os meus estudos.
Sua mãe a abraçou com força. – “Vou sentir falta da minha menininha.”
― Mãe... ta chorando? – Fiona a afastou.
― Ah, querida. É difícil deixar a sua filha única em um lugar tão longe. Não poderei lhe dar beijos de boa-noite durante muito tempo.
Fiona riu. – O que vai acontecer com você quando eu me casar?
― Você não vai se casar. Seu pai e eu vamos impedir que cresça. – sua mãe respondeu entre um riso e um chorinho.
― Precisa me deixar crescer, mãe.
― Eu sei, querida. Eu sei. – Ela limpou o rosto com as costas da mão e olhou bem para a menina. – Você é uma Princesa, sabia disso?
― Eu sei, mãe. Sou a sua princesinha. E do papai.
Sua mãe sorriu conformada e a abraçou mais uma vez. – “Agora eu preciso ir. Faça muitos amigos aqui.”

― Obrigada por tudo, mãe. - Lílieth respirou fundo e abraçou sua mãe, que chorava.
― Minha filha está crescendo. – Fungou discretamente e a abraçou saudosamente. – prometa que vai manter contato.
― Claro que eu vou. – Lílieth riu e apertou a mãe contra si. – Agora preciso me instalar. Vou pra casa na sexta à noite, prometo.
A mulher rechonchuda limpou as lágrimas com um lencinho e sorriu para a menina, soluçou apenas uma vez, respirou fundo e soltou o ar, deixando a filha e indo para o carro.

― Cuide-se bem, filha. Não fique perambulando por aí e estude direito!
― Ceeeeerto, mãe. – Cookie abraçou a mãe demoradamente, então a deixou entrar no carro.
― Espero que demore para eu receber reclamações suas. – Ela disse afivelando o cinto e arrumando os óculos escuros no rosto.
― E eu espero que não. – a menina mostrou a língua. – gosto de gente com senso de humor.
Sua mãe apenas balançou a cabeça conformada e deu partida no carro. – “Cuide-se, querida. Mamãe te ama.”
― Também te amo, mãe. Manda um beijo pro papai. – Cookie a beijou, e sua mãe se foi.

Sibelle terminou de guardar suas roupas na cômoda em frente à sua cama e sentou-se olhando o quarto vazio. Suspirou silenciosamente e resolveu deitar-se, já que não tinha de quem se despedir.

20/04/2014

Elementais - 03

 sombra de olhos frios mirava o grande espelho preso na parede de pedra e não gostava do que se refletia ali.
O tempo estava passando rápido demais, e alguma coisa deveria ser feita. A Princesa estava ali e precisava ser destruída, mas quem seria ela? Atacar de uma vez não parecia uma boa ideia. Sabia que havia guardas em toda parte, precisava ser prudente.
Olhou para a tela e fez uma escolha.
Eram apenas humanas, não eram? Não fariam falta, de qualquer forma.
Sim... Começaria pela mais fraca.

O salão principal estava cheio e animado como acontecia todo começo de ano. Veteranos, calouros e pais confraternizavam. Todos se apertavam nas mesas e aproveitavam o farto almoço.
Lílieth torcia o nariz para quase tudo que estava à sua frente e tentava procurar todos os pratos menos gordurosos nas outras mesas.
 — Filha, pare. Que coisa feia. – sua mãe a cutucou levemente com o cotovelo.
 — Ta tudo errado mãe. Frango frito? Não tem nada saudável por aqui. Preciso manter a minha forma.
 — E você vai, querida, acontece que só hoje comendo uma coisinha fora do seu cardápio verde não vai te impedir de manter o ritmo na ginástica.
Lílieth remexeu as alfaces em seu prato.
 — Tenho medo de me viciar, você sabe. - Murmurou
 — Não vai querida. Não se preocupe. Olha, tem paella. Eu sei que você gosta. Pega um pouquinho.
A garota fez um muxoxo e timidamente pegou uma pequena colherada.
Não muito distante das duas, Cookie comia feliz, quase sem mastigar, fazendo sua mãe ficar roxa de vergonha.
 — Filha, coma devagar! Desse jeito vai ter uma indigestão!
 — Eu não tenho indigestão, mãe! E mal posso esperar pela sobremesa! – ela respondeu atacando uma imensa fatia de picanha no seu prato quando seus olhos azuis captaram um movimento peculiar ao seu lado. Olhou para a grande porta do salão e viu uma garota entrando solitária, de cabeça baixa, olhando para seus pés. Ela parou apenas observando as mesas, procurando um lugar vazio para sentar. Cookie tencionou levantar a mão para chamá-la, mas não foi rápida o suficiente. Uma garota de longos cabelos louros aproximou-se dela e a puxou pelo pulso para sentar-se com ela, e Cookie pôde perceber que a garota solitária a seguiu hesitante. Viu que a loira tentava puxar conversa com a garota, que quase não se movia.
Tentaria conversar com elas mais tarde, pareciam ser pessoas bacanas, e se a solitária tinha medo de se enturmar, Cookie mudaria isso.

13/04/2014

Elementais - 02

s dois jovens guerreiros postavam-se ajoelhados perante os reis de Mirror.
O primeiro tinha os cabelos castanhos da cor da terra molhada que lhe caíam desfiados sob os ombros cobertos de folhas de outono, juntas, formando sua roupa. A pele da cor da canela e aveludada como ela. Os olhos amendoados e negros demonstravam o amor pelo seu reino, e a devoção e lealdade para com seus reis.
O segundo tinha os cabelos dourados como o Sol, longos, abaixo dos quadris, lisos e sedosos como os de todos os Elfos da Floresta. Vestia-se com tecidos e cores leves como a brisa, em tons de azul, e variantes do amarelo-claro. Tinha a pele sedosa como as rosas em botão e os olhos azuis translúcidos e tranqüilos, como se o pavor que assolava seu mundo não fosse preocupante.
Oberón segurava a mão de sua esposa, que chorava silenciosamente. Suas feições eram de tensão e preocupação.
 — Morag, aluno mais brilhante de Gob, o rei dos Duendes. – ele disse, e o jovem de cabelos escuros confirmou silenciosamente que o ouvia. – sua missão, assim como a sua, Ëmmar, - e o jovem de cabelos de sol confirmou sua atenção. – é encontrar e proteger a Princesa, nossa filha. Sigam-na, mas sejam invisíveis, não deixem que nada de mal aconteça a ela. – Os dois jovens assentiram solenemente. Oberón pareceu satisfeito, mas Titânia suspirou longa e ruidosamente.
 — Não temas, minha estimada Senhora. – Oberón tocou-lhe delicadamente o rosto. – Nossa filha está segura no mundo dos mortais, longe do medo em que vivemos.
 — Eu sei, meu rei. Mas não o angustia não ver vossa filha crescer e rir? – ela voltara para ele seus magníficos olhos de jade brilhando pelas lágrimas eminentes. – Não é de vosso desagrado saber que nossa princesa não tem conhecimento de suas verdadeiras terras?
 — Estou ciente disso, minha Senhora. Há muito sinto-me triste por ter-me privado do imenso amor que gostaria de dar à nossa filha. Mas fizemos o que era necessário fazer. Mirror está morrendo, e só podemos esperar que ela esteja em segurança e que possa algum dia, retornar e ver este mundo belo, como realmente era.



Fiona espirrou. Sua mãe a olhou e estendeu-lhe um lenço.

 — Está se resfriando, querida?
 — Não, mãe. – respondeu a menina. – Acho que deve ser o pólen. Estamos entrando na primavera, e tem muitas plantas por aqui.
A mulher olhou de volta para a entrada. – “Sim, tem razão. Veja como são lindas aquelas flores.”
Uma mulher passou por elas, na direção apontada pela mãe de Fiona.
 — Sibelle... ENTRA!
Sibelle engoliu em seco e seguiu apressada para dentro.
Fiona e sua mãe se olharam. Acompanharam toda a cena; a menina passando de cabeça baixa, acompanhando a mulher até o balcão de informações. A funcionária que gesticulou, entregou alguns papéis e uma senha. As duas que foram se sentar em um banco de espera para preencher os papéis.
Fiona olhou bem a menina. Pensou tê-la visto tremer um pouco ao pegar os papéis das mãos da senhora, mas voltou sua atenção para o formulário à sua frente.
Cookie voou da entrada até o balcão vazio. Sua mãe caminhou até ela calmamente e parou ao seu lado.
 — Viu como não adiantava correr daquele jeito? – a mulher elegante tirou os óculos escuros e usou-os como tiara.
 — Mas peguei o balcão vazio – ela estava sem fôlego. Sua mãe bufou e conversou com a funcionária.
Ao seu lado, Lílieth devolvia o seu formulário e pegava uma chave com um chaveiro de coração vermelho.
 — Seu quarto fica na ala Sul. Aqui está o seu mapa. Pode explorar a escola. Ao meio-dia será servido um almoço de boas-vindas no salão principal, aqui. – disse apontando o lugar no mapa. – Não tem como errar. Tem uma grande Rosa dos Ventos no chão.
 — Obrigada. – Lílieth recolheu as coisas, pôs a chave na bolsa junto com as outras chaves e seguiu com sua mãe para dentro do castelo.
Fiona olhou para ela e para as outras meninas sentadas respondendo aos formulários. Reparou que Sibelle tinha os ombros levantados mais do que o normal, sua mãe estava com os lábios contraídos. Não soube porquê, mas sentiu uma grande compaixão por ela. Suspirou tristemente, então olhou para Cookie, do outro lado do saguão. Ria e respondia aos formulários com a mãe. Sorriu solenemente para ela, mesmo a outra garota não tendo visto.
Ela queria fazer amigos ali, e sabia com quem começar.

06/04/2014

Elementais - 01

"
que te aflige, minha estimada Senhora?” – Perguntou Oberón. Titânia, que estava sentada em seu trono de vinhas e flores perfumadas olhou-o. – “Meu querido Oberón, o tempo urge! Salaiater jurou vingança, e apenas nossos esforços não são capazes de detê-lo.” – Ela parecia triste, abatida. Seus olhos cor-de-jade brilhavam por não saber o que fazer. – “Temo pela segurança de...”

— Não tema, minha querida Titânia. Não deixarei que nada de mal aconteça a ti. Nem a ninguém. – Oberón segurou as mãos dela com carinho. Era um homem forte, alto, longos cabelos lisos e negros. Tinha o rosto jovem e delicado como o da maioria dos elfos da floresta. Seu peitoral definido estava nu sob o manto vermelho. As manoplas douradas adornadas com pequenas safiras pesavam em seus pulsos. Usava calças marrons e botas de couro. Seus olhos azuis estavam pensativos, perante a preocupação da esposa.
— Não quero que nenhum mal aconteça a ela, meu querido marido. Temo por toda Mirror, mas também temo pela vida dela.
— Não se preocupe minha querida. Ela estará a salvo. Mas precisaremos mandá-la para o Mundo Humano.
As lágrias se projetaram nos olhos cristalinos de Titânia e Oberón a abraçou, acalentando seus soluços singelos. – “Não chores, minha Rainha. É o melhor para ela. Crescer entre os humanos, longe das intenções malignas de Salamaiter. Nós poderemos vigiá-la, e...” – ele mesmo segurou um soluço e falou com a voz embargada. – “Nossa filha não crescerá no meio da guerra.”


Lílieth acordou particularmente feliz aquele dia, pois estava de mudança. Era a última semana de férias escolares e sua antiga escola lhe faria muita falta, mas uma vida nova a esperava. Aos pés da cama, a grande mala ainda estava aberta e sobre a escrivaninha, uma longa lista do que nela continha, apenas esperando para ser conferida uma última vez.
Saiu de sua cama alegremente. Olhou-se no espelho e inspirou o ar de felicidade, quente como o verão que ainda não havia chegado.
Era linda, e sabia disso. Os cabelos curtos, lisos, negros, brilhantes e perfeitos emoldurando o rosto delicado, de pele macia e sem qualquer marca de espinha. Era de estatura baixa, tinha o corpo pequeno, o que já lhe rendera vários troféus de ginástica olímpica, sua paixão.
Chegou à cozinha pequena e encontrou sua mãe terminando de arrumar um farto café da manhã.
 — O que é tudo isso? – perguntou uma Lílieth sorridente sentando-se em seu lugar à mesa.
 — Uma comemoração. – Cantarolou sua mãe, colocando uma jarra de suco sobre uma base de cortiça. – Segunda posição em uma prova tão difícil como aquela, eu não poderia esperar nada melhor. Coma direitinho e pegue suas coisas.
Lílieth respirou fundo e sorriu radiante, vendo sua mãe sentando-se à sua frente. A sombra que a observava por trás da cortina da janela sorriu triunfante e sumiu envolto em chamas.

Fiona terminou de tomar café, dobrou o guardanapo e o deixou sobre a mesa. Levantou-se e seguiu para o banheiro. Penteou os longos cabelos dourados para trás, prendeu-os com uma simples tiara, seguiu para seu quarto para terminar de arrumar as suas coisas.
 — Fiona, querida. – sua mãe deu leves batidinhas na porta aberta.
 — Sim, mamãe?
 — Pronta? Quero chegar cedo para que não precise fazer tudo correndo.
Fiona terminava de guardar carinhosamente o violino que herdara de seu avô. Levantou-se e sorriu para a mãe. – “Já estou acabando, mamãe. Tenho certeza de que não vamos nos atrasar.”
O vento soprou suavemente pela janela aberta, fazendo balançar os cabelos leves da menina, e a sombra que estava na sacada sorriu e sumiu com a brisa.

 — Carlota! Vamos nos atrasar! – uma mulher loura toda arrumada esperava apoiada em seu carro do último ano, com a porta do motorista aberta. Uma garota de aparentes 13 anos vinha correndo da porta do elevador, passando pelos outros carros. – “Carlota, não, mamãe. É ‘Cookie’!” – Também loura, de cabelos ondulados e na altura dos ombros, com mechas azuis
 — Nada disso! Não vou te chamar de apelido comestível! Agora entra no carro, senão a gente se atrasa!
 — Escola nova no meio das férias, ninguém merece! – Carlota esticou os pés sobre o painel do carro enquanto sua mãe o manobrava para fora da garagem.
 — Tire os pés do meu painel, mocinha. Seu pai vive fazendo isso também. Que hábito horrível.
Carlota fez um bico, sentou-se corretamente. – “Eu não entendi como foi que eu passei nesse vestibular... eu nem estudei direito...”
 — Às vezes, filha, nem é uma escola tão boa assim. Tem certeza de que quer sair da sua escola?
 — Não sei... – disse colocando distraidamente os pés no painel do carro.
 — Já mandei tirar os pés do painel, Carlota!
 — Ai, ta boommm... – botou os pés para baixo meio que a contragosto e olhou pela janela. Etavam passando por um grande lago em cujo centro, uma ilhota flutuava singelamente. A menina pensou ter visto algo brilhando perto da ilha, não um reflexo do Sol, mas alguma coisa diferente. Não desgrudou os olhos do lago até as árvores tomarem conta do caminho para a nova escola.
Quem a observava sorriu, mergulhou na água sem fazê-la se mover, tornando-se parte dela, e desapareceu.

O carro simples e preto adentrou um longo estacionamento do lado de fora do imenso castelo. Uma mulher de cabelos castanhos com luzes douradas saiu do carro e olhou o lugar. – “Anda, Sibelle, sai daí.”
Uma menina de aparentes 13 anos saiu do carro, com seus longuíssimos cabelos castanhos, seus grandes óculos e sua feição melancólica. Olhou para cima, para a maravilhosa arquitetura, suspirou longa e tristemente e seguiu a mãe em direção à entrada. Logo no hall havia quatro colunas sustentando o teto e em cada coluna havia uma estátua de uma mulher em tamanho natural, vestidas com algo semelhante a túnicas gregas.
A primeira era de uma sereia de cabelos longos, a cauda enrolada no pilar o corpo projetado para frente com as mãos estendidas, unidas como se oferecessem um pouco de água a alguém. A segunda era uma linda mulher com os cabelos caídos nos ombros, as mãos frente ao peito, como se rezasse, um dos joelhos estava dobrado. A mulher seguinte tinha os cabelos longos até o quadril amarrado em um simples rabo-de-cavalo e enrolado em vinhas desde o topo da cabeça. Estava ereta, com a mão direita erguida e espalmada para o céu, o braço esquerdo colado ao corpo, com a mão espalmada para o chão. A última mulher também estava ereta, a mão direita levemente esticada para frente, como se oferecesse algo, assim como a Sereia, tinha os cabelos pouco abaixo dos ombros e um olhar misterioso, apesar de ter os olhos isentos de íris, assim como as demais. Todas tinham marcas pelo corpo, marcas estranhas; riscos, setas, espirais. Sibelle parou diante da mulher de cabelos amarrados com vinhas, hipnotizada por aquela figura. Apesar de a estátua estar de olhos fechados, eles queriam lhe dizer alguma coisa, mas ela não conseguia identificar.
Terra, foi o que pensou, ela simboliza a terra. Não soube por que teve aquele pensamento, balançou a cabeça para se libertar daquela ideia boba, eram apenas estátuas. Algo chamou sua atenção logo ao lado. Parecia que havia alguém ali, atrás das plantas e deu o primeiro passo em direção a elas, quando sua mãe apareceu na entrada com a cara fechada.
 — Sibelle... ENTRA!
Sibelle engoliu em seco e seguiu para dentro.