Elementais

"Era uma vez Oberón, o Rei dos Elfos, e Titânia, a Rainha das Fadas.
Os dois supremos do Mundo Encantado se odiavam profundamente...
Até o dia em que juraram, um ao outro, amor eterno."

13/04/2014

Elementais - 02

s dois jovens guerreiros postavam-se ajoelhados perante os reis de Mirror.
O primeiro tinha os cabelos castanhos da cor da terra molhada que lhe caíam desfiados sob os ombros cobertos de folhas de outono, juntas, formando sua roupa. A pele da cor da canela e aveludada como ela. Os olhos amendoados e negros demonstravam o amor pelo seu reino, e a devoção e lealdade para com seus reis.
O segundo tinha os cabelos dourados como o Sol, longos, abaixo dos quadris, lisos e sedosos como os de todos os Elfos da Floresta. Vestia-se com tecidos e cores leves como a brisa, em tons de azul, e variantes do amarelo-claro. Tinha a pele sedosa como as rosas em botão e os olhos azuis translúcidos e tranqüilos, como se o pavor que assolava seu mundo não fosse preocupante.
Oberón segurava a mão de sua esposa, que chorava silenciosamente. Suas feições eram de tensão e preocupação.
 — Morag, aluno mais brilhante de Gob, o rei dos Duendes. – ele disse, e o jovem de cabelos escuros confirmou silenciosamente que o ouvia. – sua missão, assim como a sua, Ëmmar, - e o jovem de cabelos de sol confirmou sua atenção. – é encontrar e proteger a Princesa, nossa filha. Sigam-na, mas sejam invisíveis, não deixem que nada de mal aconteça a ela. – Os dois jovens assentiram solenemente. Oberón pareceu satisfeito, mas Titânia suspirou longa e ruidosamente.
 — Não temas, minha estimada Senhora. – Oberón tocou-lhe delicadamente o rosto. – Nossa filha está segura no mundo dos mortais, longe do medo em que vivemos.
 — Eu sei, meu rei. Mas não o angustia não ver vossa filha crescer e rir? – ela voltara para ele seus magníficos olhos de jade brilhando pelas lágrimas eminentes. – Não é de vosso desagrado saber que nossa princesa não tem conhecimento de suas verdadeiras terras?
 — Estou ciente disso, minha Senhora. Há muito sinto-me triste por ter-me privado do imenso amor que gostaria de dar à nossa filha. Mas fizemos o que era necessário fazer. Mirror está morrendo, e só podemos esperar que ela esteja em segurança e que possa algum dia, retornar e ver este mundo belo, como realmente era.



Fiona espirrou. Sua mãe a olhou e estendeu-lhe um lenço.

 — Está se resfriando, querida?
 — Não, mãe. – respondeu a menina. – Acho que deve ser o pólen. Estamos entrando na primavera, e tem muitas plantas por aqui.
A mulher olhou de volta para a entrada. – “Sim, tem razão. Veja como são lindas aquelas flores.”
Uma mulher passou por elas, na direção apontada pela mãe de Fiona.
 — Sibelle... ENTRA!
Sibelle engoliu em seco e seguiu apressada para dentro.
Fiona e sua mãe se olharam. Acompanharam toda a cena; a menina passando de cabeça baixa, acompanhando a mulher até o balcão de informações. A funcionária que gesticulou, entregou alguns papéis e uma senha. As duas que foram se sentar em um banco de espera para preencher os papéis.
Fiona olhou bem a menina. Pensou tê-la visto tremer um pouco ao pegar os papéis das mãos da senhora, mas voltou sua atenção para o formulário à sua frente.
Cookie voou da entrada até o balcão vazio. Sua mãe caminhou até ela calmamente e parou ao seu lado.
 — Viu como não adiantava correr daquele jeito? – a mulher elegante tirou os óculos escuros e usou-os como tiara.
 — Mas peguei o balcão vazio – ela estava sem fôlego. Sua mãe bufou e conversou com a funcionária.
Ao seu lado, Lílieth devolvia o seu formulário e pegava uma chave com um chaveiro de coração vermelho.
 — Seu quarto fica na ala Sul. Aqui está o seu mapa. Pode explorar a escola. Ao meio-dia será servido um almoço de boas-vindas no salão principal, aqui. – disse apontando o lugar no mapa. – Não tem como errar. Tem uma grande Rosa dos Ventos no chão.
 — Obrigada. – Lílieth recolheu as coisas, pôs a chave na bolsa junto com as outras chaves e seguiu com sua mãe para dentro do castelo.
Fiona olhou para ela e para as outras meninas sentadas respondendo aos formulários. Reparou que Sibelle tinha os ombros levantados mais do que o normal, sua mãe estava com os lábios contraídos. Não soube porquê, mas sentiu uma grande compaixão por ela. Suspirou tristemente, então olhou para Cookie, do outro lado do saguão. Ria e respondia aos formulários com a mãe. Sorriu solenemente para ela, mesmo a outra garota não tendo visto.
Ela queria fazer amigos ali, e sabia com quem começar.

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