Elementais

"Era uma vez Oberón, o Rei dos Elfos, e Titânia, a Rainha das Fadas.
Os dois supremos do Mundo Encantado se odiavam profundamente...
Até o dia em que juraram, um ao outro, amor eterno."

30/03/2014

Prólogo

A lua cheia iluminava a terra virgem, quando algo despontou onde deveria ser bem o meio.
As gavinhas saíam do chão e se trançavam pelo espaço aberto, se transformando em uma grande teia.
Uma sombra correu em meio àquele caos, seguida de outra e mais outra.
Os vultos pequeninos cavoucavam fervorosamente o chão, enquanto maiores dançavam em sincronia ao seu redor.
Sombras esguias cruzaram a face da Lua e agarraram os cipós que se esticaram para o alto, voando em todas as direções, fazendo um trançado rebuscado, em curvas, círculos e molduras.
Àquele estranho jogo ao luar, algo estava sendo construído. Todos trabalhavam incansavelmente para que, o que quer que fosse, se erguesse rapidamente.
A construção tomava formas mais nítidas em pouco tempo e uma torre podia ser reconhecida, em seguida outra e mais duas. Muros altos e extensos envolviam a floresta ao redor a abraçava o lago na outra ponta.
O castelo estava quase terminado. Erguia-se majestoso aos primeiros raios de Sol, as plantas retorcidas empapadas com o barro do fundo do rio se prendiam umas às outras com firmeza. Então todos se afastaram para admirar o que estava feito e das sombras mais escuras, surgiram seres franzinos e de cabelo espetado, aproximando-se lentamente. Eram vários deles, o suficiente para rodear o local, ficando muito próximos uns dos outros.
Elas levantaram as mãos, e foi quando o fogo começou.
Intenso, ele se confundia com o céu do amanhã e coroava o Sol
Tudo ali, que dera tanto trabalho, agora estava se destruindo e os demais não faziam nada para impedir.
Era o fim.
Até que, de dentro do lago, bem no meio do fogo, um jato de água subiu até o céu, fazendo chover sobre as chamas.
Todos olhavam aquela cena. Logo as cinzas seriam carregadas pelo vento e nada restaria, a não ser terra revirada.
Mas não foi isso o que aconteceu.
Quando os seres alados fizeram ventar, a fuligem se foi, e o que sobrou foi uma grande e forte estrutura feita de pedras pesadas. As torres possuíam vitrais coloridos e molduras de ferro fundido. Todas as portas eram feitas de grossas folhas de madeira maciça, e seus adornos pareciam ter sido esculpidos à mão, e lá dentro, onde parecia ser exatamente o meio do lugar, havia a figura de uma grande Rosa-dos-Ventos, desenhada no chão de mármore, que parecia com um grande espelho, de tanto que brilhava. Tudo estava impecável.
À distância, quatro homens assistiam, cada um ao lado de uma bela jovem e a visão lhes agradava. Por eles, uma ordem foi dada e, depois de uma pequena reunião, todos entraram no castelo.